Revestimento antigrafite protege monumentos culturais contra vandalismo
Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/04/2009
Estátuas pichadas e grafitadas em Barcelona, na Espanha.[Imagem: Graffitage Project]
Protegendo monumentos
Cientistas espanhóis desenvolveram um novo revestimento antigrafite que pode ser aplicado em prédios e monumentos históricos. Os monumentos, principalmente as esculturas, normalmente são feitos com materiais com uma porosidade que não é adequadamente protegida pelos produtos antigrafite existentes no mercado.
Segundo os especialistas, ao usar os produtos disponíveis "geralmente você acaba inserindo um dano certo para se defender de um dano apenas provável."
Revestimento antigrafite
O novo revestimento antigrafite é baseado em um polímero à base de silicone, sensível ao pH do meio. Ele adere adequadamente às superfícies muito porosas dos monumentos e possui a propriedade da hidrofobicidade, que evita que a água penetre profundamente no material, além de filtrar os raios ultravioleta, evitando desta forma também os danos a longo prazo dos agentes naturais.
O revestimento é totalmente transparente, sendo impossível detectá-lo a olho nu, o que garante que sua aplicação não tem efeitos visuais sobre o monumento.
Teste de campo
O polímero forma uma camada fina e invisível sobre a superfície onde ele é aplicado, evitando que a tinta dos grafiteiros grude profundamente no material. Qualquer resíduo pode ser facilmente lavado apenas com água.
Depois de aprovado em laboratório, o novo revestimento antigrafite foi testado em 8 tipos de monumentos de diferentes porosidades em cinco países da Europa (Espanha, Alemanha, Itália, Bélgica e Eslovênia).
Para testar a efetividade do novo produto, o material foi submetido a um estudo comparativo com os principais produtos antigrafite do mercado, mostrando-se superior a todos eles nas aplicações a que se destina.
Agora os engenheiros vão empreender um estudo de longo prazo para avaliar o comportamento e o efeito do novo revestimento sobre os monumentos. Depois disso eles planejam lançar o produto comercialmente.
Fontes: http://www.inovacaotecnologica.com.br/index.php
domingo, 27 de junho de 2010
Métodos de aproveitamento de resíduos de beneficiamento de Rochas Ornamentais
Métodos de aproveitamento de resíduos de beneficiamento de Rochas Ornamentais
Postado por JOEL CARVALHO
A area de rochas ornamentais é um setor em amplo desenvolvimento no brasil, apresentando uma produção estimada em 8,0 milhões de toneladas em 2007, de acordo com ABIROCHAS (2008).
O grande desafio agora é conseguir compatibilizar os beneficios proporcionados pelo setor a sociedade, por seu desenvolvimento economico, e o impacto ambiental causado pelo grande volume de residuos gerados no processo.A reciclagem destes residuos como material de construção civil caracteriza uma potencial solução para este problema.
Segue abaixo alguns exemplos de utilização de residuos de rochas ornamentais.
Confecção de ladrilho hidráulico piso tátil.
O piso tátil é utilizado para proporcionar acessibilidade a portadores de dificiencia visual ou baixa visão, " Piso caracterizado pela diferenciação de textura em relação ao piso adjacente, destinado a
constituir alerta ou linha guia, perceptível por pessoas com deficiência visual."(NBR 9050).
Foram realizadas a amostragem e a caracterização química e física dos materiais componentes do ladrilho, além da caracterização ambiental e mineralógica do resíduo. Foi realizado um amplo estudo experimental do proporcionamento dos constituintes das três camadas do ladrilho e da influência da adição do resíduo para tornar o ladrilho mais compacto possível, por meio dos estudos sobre empacotamento e compactação de partículas, distribuição granulométrica das misturas e influência da umidade na prensagem. Os ladrilhos hidráulicos foram produzidos em três camadas e compactados em prensa hidráulica semi-industrial e o resíduo foi adicionado nos teores de 20% a 31% em relação à massa anidra do ladrilho hidráulico. Nos ladrilhos hidráulicos piso táteis produzidos com resíduo foram verificadas propriedades físicas e mecânicas, tais como absorção de água, carga de ruptura, módulo de resistência à flexão, resistência ao desgaste por abrasão e avaliação dimensional. Os resultados encontrados apresentaram alta resistência à flexão. Quanto aos limites da norma, referentes à absorção de água e à resistência ao desgaste por abrasão, não são passíveis de serem atendidos a partir de dosagens viáveis economicamente. A análise dos resultados permite concluir que o uso do resíduo na confecção do ladrilho hidráulico piso tátil é viável tecnicamente e contribui para o desenvolvimento auto-sustentável do setor.
Fontes: http://portais.ufes.br/PRPPG/ext/mono.php?progpess=2266&curso=13&prog=30001013012P3
http://thaisfrota.wordpress.com/2009/08/05/o-que-e-piso-tatil/
Vidro
Graças a um novo processo desenvolvido no Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT), do Rio de Janeiro. O uso do resíduo também contribui para a solução do problema ambiental causado pelo pó fino que se acumula nas serrarias e acaba impactando o meio ambiente.
Resíduos de mármore e granito
As pesquisas foram desenvolvidas pela física Michelle Babisk, sob orientação do tecnologista José Carlos da Rocha. A pesquisa teve como objeto os resíduos gerados pela indústria de rochas ornamentais do Espírito Santo, que é hoje responsável pela metade da produção nacional deste tipo de material.
A transformação de resíduos de granito e mármore em vidro é viabilizada pela presença de óxidos, como a sílica, que são matérias-primas utilizadas em larga escala na produção de vidros sodo-cálcicos.
Junto aos resíduos das rochas - coletados em Cachoeiro do Itapemirim, na região Sul do estado, onde estão mais de 60% dos empreendimentos do Espírito Santo - são misturados areia, carbonato de cálcio e sódio, em quantidades controladas para que a composição se aproxime ao máximo das características do vidro comercial.
A pesquisadora Michelle Babisk mostra um dos pedaços de vidro (em detalhe
à esquerda) produzidos no Laboratório de Tecnologia do INT.[Imagem: INT
Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=vidro-criado-partir-residuos-rochas-ornamentais&id=
Algumas máquinas usadas no beneficiamento de rochas ornamentais:
NORMALIZAÇÃO E AS NORMAS TÉCNICAS
NORMALIZAÇÃO E AS NORMAS TÉCNICAS
A normalização estabelece regras a fim de abordar coordenadamente, problemas existentes ou potenciais. Suas regras trazem benefícios relativos à economia, saúde, segurança e a preservação do meio ambiente, ela esta presente desde a fabricação até a distribuição da tecnologia ao consumidor final.
A competição internacional esta cada vez mais voraz, a capacidade que uma empresa possui de adaptar-se e ou absorver novas tecnologias de produtos e serviços é um fator de extrema importância, neste campo de visão a normalização torna-se uma ferramenta indispensável, para se alcançar a redução do custo de produção e do produto final, mantendo ou melhorando a qualidade.
A partir do processo de normalização são obtidos documentos, que são as normas técnicas.
Num campo de vista macro-visual as normas técnicas simplificam as atividades em uma sociedade, permitindo uma intercambiabilidade, tornam possíveis que produtos feitos por empresas ou países diferentes funcionem em conjunto sem algum tipo de problema. Como exemplo podemos citar o protocolo internacional TCP IP e a Cerâmica para revestimento de pisos, que são determinados por normas técnicas internacionais.
As normas são criadas a partir de uma necessidade que a sociedade manifesta, um texto-base é redigido para discussão.De posse do texto o Comitê, cria uma comissão de estudos composta por voluntários de diversos segmentos da sociedade( produtores, consumidores, e neutros ( órgãos de defesa do consumidor, governo, institutos de pesquisa, universidades, etc.)). A comissão por consenso, elabora um projeto de norma, que é submetido a votação nacional, onde qualquer brasileiro pode manifestar seu voto, desde que argumentando tecnicamente.As sugestões recebidas após a votação, são analisadas pela comissão de estudos, sendo aprovada a Norma é enviada para o INMETRO, para ser registrada e impressa.
Sintetizando:
Novas técnologias surgem todos os dias, que consistem em novos produtos e processos, que são desempenhados nas indústrias a pouco tempo. Por estarem a pouco tempo no mercado esses produtos não possuem normas técnicas,porque elas são criadas, a partir de uma opinião formada da sociedade ou mesmo após alguns anos.A inexistencia de uma norma não pode impedir a utilização de uma tecnologia, isso inviabilizaria a o desenvolvimento indústrial.
Mas no entanto o risco de falha na utilização de uma nova técnologia é maior doque em uma técnologia tradicional.
Para reduzir este risco, as novas técnologias são criadas e analisadas, conforme a teoria do desempenho, que tem a mesma base teórica do conceito de qualidade ISO 9000, que é: Qualquer produto ou serviço deve atender as necessidades dos usuários.
Alem das normas, existe outro elemento que serve para elevar o nível de qualidade dos produtos e serviços que é a certificação.
Quando uma empresa demonstra que seus produtos e serviços atendem a Normas aplicáveis, sejam nacionais, estrangeiras ou internacionais, o órgão responsável emite a Marca de Certificação de Conformidade a empresa.
A Certificação traz uma série de benefícios, entre eles:
• Consumidores – identificação de produtos que atendem as Normas especificas;
• Fornecedores – Aumenta a competitividade perante o mercado, pois demonstra qualidade dos produtos e serviços;
• Governo – Simplifica a compra de produtos, porque facilita o controle de produtos e serviços;
Certificações existentes:
Certificação de Sistemas de Garantia de Qualidade ABNT (R) – Atesta a conformidade do Sistema de Garantia de Qualidade de uma empresa, em relação de umas das Normas da série NBR ISSO 9000.
Marca de qualidade ABNT (Q) – Os produtos são aprovados após avaliação do Sistema de Controle de Qualidade da empresa e ensaios de conformidade do produto, sendo que quando aprovado é identificado com a impressão da Marca de Conformidade no produto. Certifica a aptidão e a qualidade do produto ao uso de acordo com as normas brasileiras.
Certificado de Conformidade ABNT (C) – São emitidos quando a empresa necessita para demonstrar que seus produtos atendem as Normas Técnicas tem finalidades especificas,como exportação.
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Potencial da cinza do bagaço da cana-de-açúcar como material de substituição parcial de cimento Portland
Neste artigo o potencial do bagaço da cinza da cana-de-açucar (CBC) é testado como material, de substituição parcial do cimento Portland em argamassas.O objetivo e demonstrar uma opção viável e sustentável para a destinação deste residuo, que tende a crescer com a ampliação da indústria de produção de alcool combustível, além disso, a adição mineral do (CBC) nas argamassas, contribui para diminuição do impacto ambiental ocasionado boa parte pela produção do cimento.
O procedimento experimental abordou não só caracterização da CBC mas também a avaliação, através de ensaios físicos e mecânicos.Do ponto de vista da resistência à compressão, argamassas com teores de CBC entre 0 e 30% indicaram a possibilidade de substituição de até 20% do cimento pela CBC.
Durante a extração do caldo da cana-de-açúcar é gerada grande quantidade de bagaço (aproximadamente 30% da cana moída), biomassa de suma importância como fonte energética. Cerca de 95% de todo o bagaço produzido no Brasil são queimados em caldeiras para geração de vapor gerando, como resíduo, a cinza de bagaço, cuja disposição não obedece, na maior parte dos casos, a práticas propícias, podendo-se configurar em sério problema ambiental. Constituída, basicamente, de sílica, SiO2, a cinza do bagaço de cana-de-açúcar (CBC) tem potencial para ser utilizada como adição mineral, substituindo parte do cimento em argamassas e concretos (Cordeiro et al., 2008).
O procedimento para a obtenção da cinza do bagaço de cana-de-açucar.
O BC foi coletado e queimado em mufla, durante 6 horas, a 600 ºC; após a queima, pôde-se observar uma camada superficial de cinza de cor clara sobre o restante do material, que se caracterizava por cinza de coloração preta e composição heterogênea, compreendendo restos de bagaço não queimados e partículas de carvão; desta forma, tornou-se conveniente uma nova queima para homogeneização da amostra e redução do teor de carbono (responsável pela coloração escura); a segunda queima da CBC foi realizada por 3 horas, a 700 ºC, seguida de resfriamento natural.
Procedimento de adição em argamassas:
Na produção das pastas e argamassas foram empregadas as seguintes taxas de substituição parcial do cimento por CBC: 0, 10, 20 e 30%. As relações entre cimento - CBC nas argamassas e a nomenclatura adotada para as pastas e argamassas, são: C1 (100-0), C2 (90-10), C3 (80-20) e C4 (70-30), em que os valores representam os percentuais de cimento e CBC; foram usados o cimento Portland CPV ARI PLUS da marca Barroso e o traço 1:3, com areia normal brasileira.
Para se avaliar a influência da adição de CBC na argamassa, realizaram-se ensaios de tempo de pega inicial e final, resistência a compressão, índice de atividade pozolânica, determinação da massa específica, absorção de água por imersão e índice de vazios, ambos os ensaios foram realizados com base na Associação Brasileira de Normas Técnicas. O experimento foi desenvolvido adotando-se delineamento experimental inteiramente casualizado, constituído de 4 tratamentos, ou seja: 3 níveis de adição de CBC e um testemunho (100% cimento), com 3 repetições. Os melhores níveis de adição de CBC foram avaliados com base no teste de Tukey para todas as combinações, aos 7 e 28 dias.
O estudo concluiu:
1. O bagaço de cana-de-açúcar utilizado apresentou rendimento de cinza de bagaço de cana-de-açúcar (CBC) de 10%, com teor SiO2 de 84%.
2. Esses teores, combinados com previsões de aumento na geração deste resíduo em decorrência da expansão do setor sucroaçucareiro no Brasil, apresentam a CBC como fonte viável de adição mineral de cimentos, dependendo das características da sílica presente.
3. No caso, a sílica na CBC apresentou-se tanto na fase amorfa quanto nas fases cristalinas de cristobalita e quartzo.
4. Argamassas com maiores teores de cinza foram mais porosas e com maior absorção de água.
5. Os índices de atividade pozolânica comprovaram a reatividade da CBC.
6. Os resultados dos ensaios de compressão aos 28 dias indicaram a viabilidade de substituição de até 20% de cimento por CBC sem prejuízo da resistência.
7. A obtenção de cinzas com maiores teores de sílica reativa, principalmente por meio de procedimentos de queima melhor ajustados, pode permitir maiores teores de substituição ou melhorias mais significativas nas propriedades físicas e mecânicas das argamassas.
Autores:
Marcos O. de PaulaI; Ilda de F. F. TinôcoII; Conrado de S. RodriguesIII; Elizabeth N. da SilvaIV; Cecília de F. SouzaII
IEngº. Civil, Estudante de Doutorado, DEA/UFV, Viçosa, MG. Fone: (031) 9172-5297. E-mail: modep@vicosa.ufv.br
IIEngª. Agrícola, Prof. Associada, DEA/UFV, Viçosa, MG. Fone: (31) 3899-1884. E-mail(s): iftinoco@ufv.br; cfsouza@ufv.br
IIIEngº. Civil, Prof. do DEC/CEFET, MG. Fone: (31) 3319-6826. E-mail: crodrigues@civil.cefetmg.br
IVEngª. Florestal, Estudante de Doutorado, DEF/UFV. Viçosa, MG. Fone: (31) 3891-5295. E-mail: e_neire@yahoo.com.br
Fonte: (Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental versão impressa ISSN 1415-4366)
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Postado por JOEL CARVALHO
A area de rochas ornamentais é um setor em amplo desenvolvimento no brasil, apresentando uma produção estimada em 8,0 milhões de toneladas em 2007, de acordo com ABIROCHAS (2008).
O grande desafio agora é conseguir compatibilizar os beneficios proporcionados pelo setor a sociedade, por seu desenvolvimento economico, e o impacto ambiental causado pelo grande volume de residuos gerados no processo.A reciclagem destes residuos como material de construção civil caracteriza uma potencial solução para este problema.
Segue abaixo alguns exemplos de utilização de residuos de rochas ornamentais.
Confecção de ladrilho hidráulico piso tátil.
O piso tátil é utilizado para proporcionar acessibilidade a portadores de dificiencia visual ou baixa visão, " Piso caracterizado pela diferenciação de textura em relação ao piso adjacente, destinado a
constituir alerta ou linha guia, perceptível por pessoas com deficiência visual."(NBR 9050).
Foram realizadas a amostragem e a caracterização química e física dos materiais componentes do ladrilho, além da caracterização ambiental e mineralógica do resíduo. Foi realizado um amplo estudo experimental do proporcionamento dos constituintes das três camadas do ladrilho e da influência da adição do resíduo para tornar o ladrilho mais compacto possível, por meio dos estudos sobre empacotamento e compactação de partículas, distribuição granulométrica das misturas e influência da umidade na prensagem. Os ladrilhos hidráulicos foram produzidos em três camadas e compactados em prensa hidráulica semi-industrial e o resíduo foi adicionado nos teores de 20% a 31% em relação à massa anidra do ladrilho hidráulico. Nos ladrilhos hidráulicos piso táteis produzidos com resíduo foram verificadas propriedades físicas e mecânicas, tais como absorção de água, carga de ruptura, módulo de resistência à flexão, resistência ao desgaste por abrasão e avaliação dimensional. Os resultados encontrados apresentaram alta resistência à flexão. Quanto aos limites da norma, referentes à absorção de água e à resistência ao desgaste por abrasão, não são passíveis de serem atendidos a partir de dosagens viáveis economicamente. A análise dos resultados permite concluir que o uso do resíduo na confecção do ladrilho hidráulico piso tátil é viável tecnicamente e contribui para o desenvolvimento auto-sustentável do setor.
Fontes: http://portais.ufes.br/PRPPG/ext/mono.php?progpess=2266&curso=13&prog=30001013012P3
http://thaisfrota.wordpress.com/2009/08/05/o-que-e-piso-tatil/
Vidro
Graças a um novo processo desenvolvido no Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT), do Rio de Janeiro. O uso do resíduo também contribui para a solução do problema ambiental causado pelo pó fino que se acumula nas serrarias e acaba impactando o meio ambiente.
Resíduos de mármore e granito
As pesquisas foram desenvolvidas pela física Michelle Babisk, sob orientação do tecnologista José Carlos da Rocha. A pesquisa teve como objeto os resíduos gerados pela indústria de rochas ornamentais do Espírito Santo, que é hoje responsável pela metade da produção nacional deste tipo de material.
A transformação de resíduos de granito e mármore em vidro é viabilizada pela presença de óxidos, como a sílica, que são matérias-primas utilizadas em larga escala na produção de vidros sodo-cálcicos.
Junto aos resíduos das rochas - coletados em Cachoeiro do Itapemirim, na região Sul do estado, onde estão mais de 60% dos empreendimentos do Espírito Santo - são misturados areia, carbonato de cálcio e sódio, em quantidades controladas para que a composição se aproxime ao máximo das características do vidro comercial.
A pesquisadora Michelle Babisk mostra um dos pedaços de vidro (em detalhe
à esquerda) produzidos no Laboratório de Tecnologia do INT.[Imagem: INT
Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=vidro-criado-partir-residuos-rochas-ornamentais&id=
Algumas máquinas usadas no beneficiamento de rochas ornamentais:
NORMALIZAÇÃO E AS NORMAS TÉCNICAS
NORMALIZAÇÃO E AS NORMAS TÉCNICAS
A normalização estabelece regras a fim de abordar coordenadamente, problemas existentes ou potenciais. Suas regras trazem benefícios relativos à economia, saúde, segurança e a preservação do meio ambiente, ela esta presente desde a fabricação até a distribuição da tecnologia ao consumidor final.
A competição internacional esta cada vez mais voraz, a capacidade que uma empresa possui de adaptar-se e ou absorver novas tecnologias de produtos e serviços é um fator de extrema importância, neste campo de visão a normalização torna-se uma ferramenta indispensável, para se alcançar a redução do custo de produção e do produto final, mantendo ou melhorando a qualidade.
A partir do processo de normalização são obtidos documentos, que são as normas técnicas.
Num campo de vista macro-visual as normas técnicas simplificam as atividades em uma sociedade, permitindo uma intercambiabilidade, tornam possíveis que produtos feitos por empresas ou países diferentes funcionem em conjunto sem algum tipo de problema. Como exemplo podemos citar o protocolo internacional TCP IP e a Cerâmica para revestimento de pisos, que são determinados por normas técnicas internacionais.
As normas são criadas a partir de uma necessidade que a sociedade manifesta, um texto-base é redigido para discussão.De posse do texto o Comitê, cria uma comissão de estudos composta por voluntários de diversos segmentos da sociedade( produtores, consumidores, e neutros ( órgãos de defesa do consumidor, governo, institutos de pesquisa, universidades, etc.)). A comissão por consenso, elabora um projeto de norma, que é submetido a votação nacional, onde qualquer brasileiro pode manifestar seu voto, desde que argumentando tecnicamente.As sugestões recebidas após a votação, são analisadas pela comissão de estudos, sendo aprovada a Norma é enviada para o INMETRO, para ser registrada e impressa.
Sintetizando:
Novas técnologias surgem todos os dias, que consistem em novos produtos e processos, que são desempenhados nas indústrias a pouco tempo. Por estarem a pouco tempo no mercado esses produtos não possuem normas técnicas,porque elas são criadas, a partir de uma opinião formada da sociedade ou mesmo após alguns anos.A inexistencia de uma norma não pode impedir a utilização de uma tecnologia, isso inviabilizaria a o desenvolvimento indústrial.
Mas no entanto o risco de falha na utilização de uma nova técnologia é maior doque em uma técnologia tradicional.
Para reduzir este risco, as novas técnologias são criadas e analisadas, conforme a teoria do desempenho, que tem a mesma base teórica do conceito de qualidade ISO 9000, que é: Qualquer produto ou serviço deve atender as necessidades dos usuários.
Alem das normas, existe outro elemento que serve para elevar o nível de qualidade dos produtos e serviços que é a certificação.
Quando uma empresa demonstra que seus produtos e serviços atendem a Normas aplicáveis, sejam nacionais, estrangeiras ou internacionais, o órgão responsável emite a Marca de Certificação de Conformidade a empresa.
A Certificação traz uma série de benefícios, entre eles:
• Consumidores – identificação de produtos que atendem as Normas especificas;
• Fornecedores – Aumenta a competitividade perante o mercado, pois demonstra qualidade dos produtos e serviços;
• Governo – Simplifica a compra de produtos, porque facilita o controle de produtos e serviços;
Certificações existentes:
Certificação de Sistemas de Garantia de Qualidade ABNT (R) – Atesta a conformidade do Sistema de Garantia de Qualidade de uma empresa, em relação de umas das Normas da série NBR ISSO 9000.
Marca de qualidade ABNT (Q) – Os produtos são aprovados após avaliação do Sistema de Controle de Qualidade da empresa e ensaios de conformidade do produto, sendo que quando aprovado é identificado com a impressão da Marca de Conformidade no produto. Certifica a aptidão e a qualidade do produto ao uso de acordo com as normas brasileiras.
Certificado de Conformidade ABNT (C) – São emitidos quando a empresa necessita para demonstrar que seus produtos atendem as Normas Técnicas tem finalidades especificas,como exportação.
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Potencial da cinza do bagaço da cana-de-açúcar como material de substituição parcial de cimento Portland
Neste artigo o potencial do bagaço da cinza da cana-de-açucar (CBC) é testado como material, de substituição parcial do cimento Portland em argamassas.O objetivo e demonstrar uma opção viável e sustentável para a destinação deste residuo, que tende a crescer com a ampliação da indústria de produção de alcool combustível, além disso, a adição mineral do (CBC) nas argamassas, contribui para diminuição do impacto ambiental ocasionado boa parte pela produção do cimento.
O procedimento experimental abordou não só caracterização da CBC mas também a avaliação, através de ensaios físicos e mecânicos.Do ponto de vista da resistência à compressão, argamassas com teores de CBC entre 0 e 30% indicaram a possibilidade de substituição de até 20% do cimento pela CBC.
Durante a extração do caldo da cana-de-açúcar é gerada grande quantidade de bagaço (aproximadamente 30% da cana moída), biomassa de suma importância como fonte energética. Cerca de 95% de todo o bagaço produzido no Brasil são queimados em caldeiras para geração de vapor gerando, como resíduo, a cinza de bagaço, cuja disposição não obedece, na maior parte dos casos, a práticas propícias, podendo-se configurar em sério problema ambiental. Constituída, basicamente, de sílica, SiO2, a cinza do bagaço de cana-de-açúcar (CBC) tem potencial para ser utilizada como adição mineral, substituindo parte do cimento em argamassas e concretos (Cordeiro et al., 2008).
O procedimento para a obtenção da cinza do bagaço de cana-de-açucar.
O BC foi coletado e queimado em mufla, durante 6 horas, a 600 ºC; após a queima, pôde-se observar uma camada superficial de cinza de cor clara sobre o restante do material, que se caracterizava por cinza de coloração preta e composição heterogênea, compreendendo restos de bagaço não queimados e partículas de carvão; desta forma, tornou-se conveniente uma nova queima para homogeneização da amostra e redução do teor de carbono (responsável pela coloração escura); a segunda queima da CBC foi realizada por 3 horas, a 700 ºC, seguida de resfriamento natural.
Procedimento de adição em argamassas:
Na produção das pastas e argamassas foram empregadas as seguintes taxas de substituição parcial do cimento por CBC: 0, 10, 20 e 30%. As relações entre cimento - CBC nas argamassas e a nomenclatura adotada para as pastas e argamassas, são: C1 (100-0), C2 (90-10), C3 (80-20) e C4 (70-30), em que os valores representam os percentuais de cimento e CBC; foram usados o cimento Portland CPV ARI PLUS da marca Barroso e o traço 1:3, com areia normal brasileira.
Para se avaliar a influência da adição de CBC na argamassa, realizaram-se ensaios de tempo de pega inicial e final, resistência a compressão, índice de atividade pozolânica, determinação da massa específica, absorção de água por imersão e índice de vazios, ambos os ensaios foram realizados com base na Associação Brasileira de Normas Técnicas. O experimento foi desenvolvido adotando-se delineamento experimental inteiramente casualizado, constituído de 4 tratamentos, ou seja: 3 níveis de adição de CBC e um testemunho (100% cimento), com 3 repetições. Os melhores níveis de adição de CBC foram avaliados com base no teste de Tukey para todas as combinações, aos 7 e 28 dias.
O estudo concluiu:
1. O bagaço de cana-de-açúcar utilizado apresentou rendimento de cinza de bagaço de cana-de-açúcar (CBC) de 10%, com teor SiO2 de 84%.
2. Esses teores, combinados com previsões de aumento na geração deste resíduo em decorrência da expansão do setor sucroaçucareiro no Brasil, apresentam a CBC como fonte viável de adição mineral de cimentos, dependendo das características da sílica presente.
3. No caso, a sílica na CBC apresentou-se tanto na fase amorfa quanto nas fases cristalinas de cristobalita e quartzo.
4. Argamassas com maiores teores de cinza foram mais porosas e com maior absorção de água.
5. Os índices de atividade pozolânica comprovaram a reatividade da CBC.
6. Os resultados dos ensaios de compressão aos 28 dias indicaram a viabilidade de substituição de até 20% de cimento por CBC sem prejuízo da resistência.
7. A obtenção de cinzas com maiores teores de sílica reativa, principalmente por meio de procedimentos de queima melhor ajustados, pode permitir maiores teores de substituição ou melhorias mais significativas nas propriedades físicas e mecânicas das argamassas.
Autores:
Marcos O. de PaulaI; Ilda de F. F. TinôcoII; Conrado de S. RodriguesIII; Elizabeth N. da SilvaIV; Cecília de F. SouzaII
IEngº. Civil, Estudante de Doutorado, DEA/UFV, Viçosa, MG. Fone: (031) 9172-5297. E-mail: modep@vicosa.ufv.br
IIEngª. Agrícola, Prof. Associada, DEA/UFV, Viçosa, MG. Fone: (31) 3899-1884. E-mail(s): iftinoco@ufv.br; cfsouza@ufv.br
IIIEngº. Civil, Prof. do DEC/CEFET, MG. Fone: (31) 3319-6826. E-mail: crodrigues@civil.cefetmg.br
IVEngª. Florestal, Estudante de Doutorado, DEF/UFV. Viçosa, MG. Fone: (31) 3891-5295. E-mail: e_neire@yahoo.com.br
Fonte: (Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental versão impressa ISSN 1415-4366)
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